Rap, Funk, Trap, Reggaeton, Drill e Romântico, gêneros musicais urbanos, estiveram na cena da cultura underground de Gravatá na noite do sábado (25), na Praça 10, na área central da cidade.
Apresentações de artistas locais e da região marcaram o encontro no 1º Mano TA Convida, evento que contou com o apoio da Prefeitura de Gravatá, por meio da Secretaria de Turismo, Cultura, Esportes e Lazer - SECTURCEL, através da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura - PNAB, instituída pelo Ministério da Cultura pela Lei nº 14.399/2022.
Tiago Alves da Silva, o Mano TA, organizador do evento, falou sobre o incentivo da gestão municipal. “A ideia desse evento é promover a nossa arte independente, a música, trazer uma mensagem e trazer um incentivo para quem está olhando, porque eu mesmo comecei a cantar vendo as pessoas cantando. A gente sempre é um inspirando o outro. O objetivo principal é isso, é promover nossa arte e tentar atrair mais gente para a nossa arte que consiga também viver da música. Tem os convidados, tem o pessoal de Pombos, Bonito, tem os locais também. Entre eles, o DJ Jeff, campeão pernambucano de batida. Tem o Snaip, tem um rapaz também aqui da imprensa que sempre trabalha com filmes, já gravou clipe que bateu 11 milhões, o Jezuis. Tem o H7, grande ícone aqui da cidade do Trap. E tem outros, tem gente que vai se apresentar a primeira vez aqui, hoje, tem MC DK. E isso é a arte da gente. Hoje as pessoas ouvem muito. Em Recife também tem a onda do Recife Trap que está cada vez ficando mais forte, você vê os ouvintes dos artistas no Spotify. E até mesmo o público daqui da cidade está participando mais das coisas que estão acontecendo. Esse incentivo da prefeitura traz muita visibilidade. É uma oportunidade da gente botar o carro pra andar. Ele botou a gasolina e a gente tá botando o carro para andar. E só tenho a agradecer mesmo a prefeitura por essa oportunidade. Todas as pessoas que estiveram lá, representando o Padre Joselito. Aí, Padre, fortaleceu!”.
José Ronaldo, Snaip, tem 28 anos. Ele nasceu em Bonito, no agreste de Pernambuco, e atualmente mora em Recife, onde trabalha. Ele elogiou o espaço dado pelo poder público do município para este nicho cultural. “Rapaz, eu sempre admirei muito aqui o município de Gravatá, porque é belíssimo. E eu acho que aqui tem um diferencial, realmente tem uma atenção. Porque para fazer um evento desse aqui tem que ter uma atenção da prefeitura. E a gente saber que tem esse apoio é muito confortante, porque isso aqui geralmente é oprimido. A gente se sentir abraçado é muito bom, porque a minha ideia, por exemplo, é passar uma visão para uma criança. Um cara que está numa vida de droga sair dela. Um cara que está entrando em um crime, ele sair disso, trabalhar. Eu sou muito trabalhador. Eu acho que é muito massa daqui da parte de vocês. Está propositivo abrir essa oportunidade para a gente poder mostrar nosso talento. Eu conheci os meninos numa batalha de Rap, em que o intuito era a gente fazer um serviço comunitário nas favelas lá em Recife, para as famílias que são carentes de alimento. Esse movimento aqui, feito em Gravatá, tem um espaço, vira uma referência para o Estado. Então é uma coisa que eu só tenho que agradecer a vocês”.
Pedro Leandro, o Mano Blacklit, mora em Gravatá e representou o quadro local como a primeira apresentação da noite. “Eu achei muito incrível essa oportunidade, eu queria agradecer a imprensa, o Mano TA, primeiramente a Deus, queria agradecer a galera que colou em peso, satisfação, tava muito nervoso, mas a galera foi muito receptiva, só tenho a agradecer. Muita fé em Deus, Deus abençoe a todos. Eu acho incrível esse apoio que minha mãe tem, ela trouxe minha avó, fez questão de trazer meus primos, esse apoio foi muito importante pra mim. Assim que eu vi ela, eu fiquei mais focado ainda. Eu acho muito importante porque realmente é uma cultura muito rica, a gente faz algo que expõe a nossa vivência, nas nossas favelas e tudo no Brasil. A gente expressa a nossa dor, que é conviver com isso tudo.
Eduardo Rodrigues, 20 anos, conhecido no meio como Malbeck, também é de Gravatá e foi um dos convidados pelo Mano TA. “Eu acho gratificante participar desse evento, porque aqui em Pernambuco a gente vem de uma cultura que se vive num quadrado, a gente vive numa jaula e é muito difícil achar alguém que possa furar a bolha, fazer sucesso Brasil afora. Porém, como a gente tem o intuito de misturar os MC daqui, é o que faz a gente furar a bolha. Conheci o Mano TA por aqui. Foi ele que me incentivou a lançar o primeiro som. Conheci ele de primeira e ele perguntou se eu queria lançar o meu primeiro som. Eu falei: ‘fechou’, na hora. Nem conhecia ele e só aproveitei a oportunidade. Eu na minha cabeça não iria achar outra oportunidade do jeito que ele me deu”.
A Secretaria de Comunicação Social e Imprensa de Gravatá realizou a cobertura do evento, e a Secretaria de Segurança e Defesa Civil de Gravatá, por meio da Guarda Civil Municipal, garantiu a tranquilidade de todos os presentes.